Suspeito de matar empresário e jogar corpo em rio em SP é réu por morte de trabalhador atropelado em rodovia em 2022
31/05/2025
(Foto: Reprodução) Marlon Couto e esposa são alvo de mandados de prisão, mas estão foragidos. Assassinato de Nelson Carreira Filho ocorreu em Cravinhos (SP) em 16 de maio, diz polícia. Suspeito de matar empresário em Cravinhos, SP, responde por atropelamento e morte em MG
Marlon Couto Paula Júnior, de 27 anos, é apontado como o principal suspeito pelo assassinato do empresário Nelson Francisco Carreira Filho, em Cravinhos (SP).
Dono de uma empresa de suplementos alimentares, Marlon ganhou projeção nas redes sociais com o comércio, mas já era conhecido nas páginas policiais. Ele é réu por matar um trabalhador atropelado em 2022 (veja abaixo detalhes).
A Polícia Civil acredita que Nelson foi morto a tiros e teve o corpo jogado em um rio em Miguelópolis (SP), no dia 16 de maio. Desde então, ele está desaparecido.
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Marlon e a esposa, Marcela Almeida, são alvo de um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça em 27 de maio e estão foragidos. Já Tadeu Almeida Silva, também apontado como cúmplice de Marlon, foi preso nesta quinta-feira (29). Ele contou para a polícia que ajudou a ocultar o cadáver de Nelson e levou o carro dele até São Paulo (SP).
O casal está há pelo menos uma semana sem voltar para casa, em um condomínio de Cravinhos. A defesa nega que eles tenham participação na morte e diz que eles vão se apresentar.
Nesta sexta (30), equipes da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros fizeram buscas no rancho de Marlon.
De origem humilde ao mundo dos negócios
Marlon Couto ganhou certa projeção como empreendedor nas redes sociais, onde compartilhava vídeos sobre superação, negócios e dicas de sucesso ao lado de parceiros comerciais.
Em um desses vídeos, dizia faturar cerca de R$ 300 mil por mês com três empresas, duas físicas e uma digital.
Em um perfil de rede social, Marlon Couto publicava vídeos ao lado de Tadeu Almeida, falando sobre a vida de empreendedor.
“Hoje sou empresário tenho três empresas, com faturamento médio de 300 mil reais, sendo duas empresas físicas e uma digital. Comecei a empreender muito sendo, desde novinho eu já comercializava as coisas em casa, vendia celulares usados, consertava coisas pra vender. E aos poucos o meu caráter de empreendedor foi se lapidando. E hoje eu venho tentar passar de alguma forma os desafios que eu tenho, e enfrento, e quais os benefícios de empreendedorismo na vida das pessoas. Além do financeiro", disse em um dos vídeos.
O empresário Marlon Couto teve a prisão decretada pela Justiça por suspeita da morte do empresário Nelson Francisco Carreira Filho, em Cravinhos, SP
Arquivo pessoal
Réu por matar trabalhador
Esta não é a primeira vez que o nome de Marlon aparece ligado a uma morte. Em 10 de dezembro de 2022, ele se envolveu em um grave acidente na BR-050, em Uberaba (MG), que resultou na morte de Daniel Rodrigues da Silva, de 25 anos.
Segundo denúncia do Ministério Público, Marlon dirigia uma caminhonete VW Amarok em alta velocidade e desrespeitou a sinalização de obras na pista, invadindo uma faixa interditada para realizar uma ultrapassagem. No trecho, atingiu Daniel, que posicionava cones na rodovia. A vítima foi arremessada e morreu no local.
Ainda conforme o MP, Marlon fugiu do local sem prestar socorro. Ele só parou cerca de 1 km depois, quando um dos pneus do veículo estourou. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) o encontrou parado no acostamento. À época, Marlon foi preso em flagrante, mas liberado após pagar fiança de R$ 50 mil.
Ele responde em liberdade por homicídio culposo na direção de veículo automotor e fuga de local de acidente. O julgamento do caso está marcado para setembro deste ano.
Procurado, o advogado de Marlon em Minas Gerais preferiu não comentar o caso.
Marlon Couto invadiu faixa interditada com caminhonete e matou trabalhador atropelado em rodovia de Uberaba (MG) em 2022
Reprodução/EPTV
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Caso Nelson Carreira
A Polícia Civil acredita que o empresário Nelson Francisco Carreira Filho tenha sido atraído para uma emboscada em Cravinhos (SP). Segundo as investigações, Nelson foi baleado e teve o corpo abandonado em um rio em Miguelópolis (SP).
A motivação do crime está sendo apurada, mas a principal hipótese é um desentendimento financeiro entre Nelson e Marlon Couto. Há suspeitas de que Nelson teria cobrado até R$ 100 mil de Marlon por uso indevido de produtos em um site administrado por ele.
Em depoimento prestado no dia 26 de maio, Tadeu Almeida, sócio de Marlon, relatou que presenciou o momento em que Nelson foi morto. Ele afirmou que, no dia 16 de maio, Marlon atirou em Nelson enquanto o empresário visitava a empresa, devido a desavenças comerciais envolvendo o uso indevido da marca "Bariatric Gold" em um site de vendas.
Tadeu mencionou que Nelson exigia o pagamento de uma quantia mensal para que ele não derrubasse o site em que o suplemento era vendido.
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Redes Sociais
Também contou que após matar Nelson com um tiro, Marlon colocou o corpo em uma caminhonete e o levou até um rancho em Miguelópolis (SP) para jogá-lo no rio.
Durante a perícia realizada no prédio em Cravinhos, na terça-feira (27), vestígios de sangue foram encontrados com ajuda do luminol.
A investigação apontou que a esposa de Marlon tinha conhecimento sobre o crime, tanto que foi a São Paulo com o marido para buscar Tadeu após o abandono do carro. Eles chegaram a tomar café com a esposa da vítima na tentativa de ajudar a não levantar suspeitas.
A Polícia Civil segue investigando o caso e solicita que qualquer informação sobre o paradeiro de Marlon Couto Paula Júnior seja comunicada às autoridades locais.
O que diz a defesa do casal
Sobre a morte do empresário, o advogado do casal foragido, Nathan Castelo Branco, afirmou ser um equívoco a investigação contra Marcela. Na quinta, a defesa chegou a dizer que Marlon vai se apresentar para esclarecer os fatos.
"O fato de ela ter acompanhado o Marlon não diz absolutamente nada sobre a participação dela, seja em eventual homicídio ou ocultação de cadáver. Na verdade, ela simplesmente acompanhou o marido na viagem, sem ter conhecimento do que tinha acontecido. Na nossa opinião, essa investigação contra ela e o pedido de prisão são equívocos que a gente pretende esclarecer para que ela seja afastada de qualquer investigação."
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