Quem são os suspeitos de matar empresário durante reunião de negócios e jogar corpo em rio no interior de SP
28/05/2025
(Foto: Reprodução) Integrantes de empresa de suplementos alimentares e esposa são alvo dos mandados de prisão temporária. Nelson Francisco Carreira Filho está desaparecido desde 16 de maio. Polícia suspeita que empresário tenha morrido baleado durante reunião em Cravinhos
A Justiça mandou prender três suspeitos de participar da morte do empresário Nelson Francisco Carreira Filho e jogar o corpo dele em um rio. O crime aconteceu após uma reunião de negócio entre vítima e suspeitos em uma empresa de Cravinhos (SP) no dia 16 de maio. Desde então, Nelson está desaparecido.
Os alvos dos mandados de prisão são: Marlon Couto Paula Junior, dono da empresa de suplementos alimentares, Tadeu Almeida Silva e Marcela Silva de Almeida, esposa do Marlon e sobrinha do Tadeu.
A principal hipótese da investigação é de que Nelson, que também atuava no ramo de suplementos alimentares, morreu com um tiro durante a reunião em Cravinhos e que o corpo foi jogado em um rio na região de Miguelópolis (SP). A motivação do crime seria um desacerto comercial financeiro.
Até a última atualização desta reportagem, os três não haviam sido encontrados pela polícia e, portanto, são considerados foragidos.
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Segundo as investigações, Marlon matou o empresário e jogou o corpo em um rio.
Tadeu, por sua vez, presenciou a morte e ajudou na ocultação do cadáver, além de levar o carro de Nelson até a capital paulista e abandoná-lo lá.
Já Marcela, ainda de acordo com a polícia, foi com Marlon buscar Tadeu em São Paulo.
Ao decidir pela prisão temporária de 30 dias, o juiz Rodrigo Brandão Sé destacou que Tadeu, em depoimento à Polícia Civil, detalhou a dinâmica do homicídio.
"Relatou com precisão a forma como a vítima foi abordada, os meios empregados na consumação do delito, a destinação dada ao corpo, bem como o local exato onde os executores teriam desovado o cadáver. Além disso, o investigado apontou que os autores, após a consumação do crime, elaboraram um plano, retornando com o veículo da vítima à cidade de São Paulo, onde o abandonaram estrategicamente", pontua.
Em relação a Marlon, o magistrado citou que o suspeito se portou de forma fria junto à esposa da vítima na delegacia.
"Marlon se portava de forma fria, como se quisesse ajudar, questionando a esposa da vítima sobre o desaparecimento de Nelson, indicando que os investigados, ao manterem contato com ela após os fatos, visavam reforçar a falsa narrativa de desaparecimento", complementa.
Além das prisões, a Justiça expediu outros seis mandados de busca e apreensão nos escritórios, residência e sítio de Tadeu.
Suspeitos da morte do empresário Nelson Francisco Carreira Filho em Cravinhos, SP
Arte/EPTV
O que dizem as defesas?
O advogado de Tadeu, Renato Savério, disse nesta terça-feira que ele confessou ter visto o homicídio e que ajudou a ocultar o corpo de Nelson. Ainda segundo Savério, Tadeu levou o carro do empresário até São Paulo (SP).
De acordo com a defesa, é Tadeu quem aparece nas imagens de câmeras de segurança obtidas pela polícia usando o boné de Nelson nas proximidades de onde o veículo foi deixado na zona Norte de São Paulo no mesmo dia do sumiço.
Já o advogado Nathan Castelo Branco, que defende Marlon, disse que o empresário está em viagem de negócios, mas vai se apresentar à polícia para esclarecer os fatos.
O g1 procurou, mas não encontrou a defesa de Marcela.
Vestígios de sangue
O delegado Sebastião Picinato, que coordena a investigação da morte do empresário, disse que a perícia encontrou vestígios de sangue na empresa onde ele participou da reunião.
O trabalho da Polícia Científica foi feito na noite desta terça-feira (27). Segundo o delegado, as marcas de sangue foram identificadas pelos peritos com o uso de luminol, o que não deixa dúvidas à polícia de que Nelson foi morto no prédio.
Não há informações sobre em qual parte do estabelecimento ocorreu a morte.
Picinato afirmou que o piso da empresa foi lavado com água e que uma tinta à base de epóxi foi usada para mascarar o local. Porém, vestígios de sangue foram achados em uma mangueira, um rodo e no ralo.
O trabalho da perícia na noite passada teve apoio de uma equipe da CPFL para desligar a energia da rua. Segundo o delegado, o luminol é mais confiável quando usado à noite e em local completamente escuro.
"Realizamos as técnicas recomendadas para esse exame pericial. No trabalho, a presença imprescindível da CPFL, que fez o corte de energia, possibilitou identificar sangue nos ralos, em uma mangueira utilizada para lavar [o prédio], tal qual descrito pelo investigado, e também em um rodo usado para raspar a água com sangue. Nós não temos dúvidas de que o assassinato ocorreu no interior da fábrica, porque há vestígios de sangue revelados", explicou.
Peritos usaram luminol para encontrar sangue em prédio onde empresário pode ter sido morto
Reprodução/EPTV
Desaparecimento
No dia 16, Nelson saiu de carro de São Paulo e foi até Cravinhos, na região de Ribeirão Preto, para uma reunião. O encontro terminou às 14h20.
Ao procurar a polícia, a esposa dele disse que o último contato com o marido foi às 12h57, pouco antes do fim da reunião. Ela ainda enviou mensagens depois disso, mas não obteve resposta.
O carro do empresário foi flagrado em praças de pedágio no interior de São Paulo, momentos depois da reunião de negócios em que o homem foi visto pela última vez. Em todas as imagens, não é possível ver quem estava dirigindo, por conta dos vidros escuros.
Já na noite do dia16, um radar detectou o veículo circulando pela Avenida Engenheiro Caetano Álvares, já na zona Norte da capital.
Duas câmeras de segurança na mesma região também registraram o veículo em movimento às 19h09.
O carro foi abandonado na Rua Clara de Oliveira e encontrado pela polícia na manhã seguinte, no sábado (17). Segundo a família, não havia sinais de arrombamento ou roubo de pertences.
Empresário de São Paulo desaparece depois de reunião de negócios em Cravinhos, SP
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