Professora envenenada vivia crise no casamento e era vigiada por marido, diz amiga: 'Tinha rastreador no carro dela'
07/05/2025
(Foto: Reprodução) Larissa Rodrigues morreu em março no apartamento do casal em Ribeirão Preto (SP). O médico Luiz Antonio Garnica e a mãe dele, Elizabete Arrabaça, foram presos por suspeita de homicídio qualificado. Amiga de professora morta envenenada em Ribeirão diz que marido suspeito era controlador
Antes de ser encontrada morta em Ribeirão Preto (SP), a professora Larissa Rodrigues, de 37 anos, vivia um casamento em crise e uma rotina constantemente monitorada pelo marido, o médico Luis Antonio Garnica, afirma a empresária Maísa Ramos, amiga da vítima (veja vídeo acima).
Segundo ela, há pelo menos um ano e meio, Garnica, que foi preso com a mãe dele, Elizabete Arrabaça, por suspeita de envolvimento na morte, não saía nem viajava mais com a esposa, mas fazia questão de saber onde ela estava por meio de rastreamento no telefone celular e no carro da vítima.
"Ele era ciumento, ciumento a ponto de colocar rastreador no carro dela. O ano passado ela descobriu que tinha um rastreador no carro dela, sendo que era uma menina que saía de casa para o trabalho, do trabalho para casa, e para academia", afirmou Maísa, em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo.
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Larissa foi encontrada morta no apartamento em que morava com o médico em 22 de março. Inicialmente, Garnica disse que a encontrou caída e desfalecida no banheiro ao chegar em casa e, por ser profissional de saúde, a levou para a cama para tentar reanimá-la, mas não conseguiu. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou a morte no local.
Inconclusiva, a autópsia apontou que a professora teve problemas no coração e no pulmão. O laudo toxicológico confirmou a presença de chumbinho no organismo, o que aumentou a suspeita de envenenamento.
Na terça-feira (6), Garnica e a mãe dele foram presos temporariamente por suspeita de homicídio qualificado.
A Polícia Civil ainda investiga as motivações do crime e a origem do chumbinho. Antes de morrer, Larissa havia descoberto que tinha sido traída pelo médico. As investigações também apontam que Elizabete, mãe do médico, foi a última a estar com Larissa antes da morte dela.
O médico Luiz Antonio Garnica e a esposa, a professora Larissa Rodrigues, que morreu envenenada em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
Relacionamento distante, mas monitorado
Maísa conta que conhecia Larissa há mais de 12 anos e que, desde o início do relacionamento do casal, estranhou o tipo de brincadeiras que o médico fazia com a professora, mas que a amiga considerava a postura dele normal.
"A gente chegou a viajar em casais, a gente chegou a ir para alguns lugares passar o réveillon, para o Morro de São Paulo, e até aí ok. Ele era meio abusivo com ela, fazia umas brincadeiras meio sem graça, tipo, assim, tirar sarro um pouco da aparência dela, desfazia um pouco dela, um jeito meio escroto, mas até aí ela negava, falava que era o jeito dele mesmo", afirma.
Os maiores sinais de que o relacionamento estava em crise foram percebidos por ela há cerca de um ano e meio, quando Garnica começou a fazer um curso de pós-graduação em São Paulo e, segundo o que ouvia da professora, ele passou a ter um comportamento mais distante.
Maisa Ramos, amiga de professora encontrada morta em apartamento em Ribeirão Preto (SP).
Reprodução/EPTV
"Antes eles saíam, viajavam, iam a restaurantes, faziam programas de casal e depois que ele foi fazer a pós em São Paulo ele não fazia mais nada, não viajava, não saía com ela, de jeito nenhum, sempre reclamando de dinheiro, falou que não tinha dinheiro, que não dava, e ela foi assim ficando super triste, super chateada. A gente saía, chamava ela, ela tinha que ir sozinha porque ou ele ficava em casa e deixava ela sair sozinha com a gente ou ele estava na pós, mas nunca mais eles andavam juntos. Nunca mais."
Infeliz e triste com o comportamento indiferente dele, Larissa passou a desconfiar que estava sendo traída, segundo Maísa. A empresária conta que na última vez que viu a amiga, em um almoço durante o carnaval deste ano, Larissa mencionou uma mulher, que, mais tarde, as investigações apontariam como sendo um caso extraconjugal de Garnica.
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"Ela não conseguia, ela sabia que era uma relação que não estava dando certo, mas ela não conseguia sair. Tanto é que a última vez que a gente conversou, ela falou 'eu não consigo sair.' (...) Na mensagem que a gente trocou, ela falou que era por medo, mas ela não falou que tipo de medo."
Essa tristeza, segundo Maísa, também ficava evidente nas trocas de mensagens que elas tinha e esperava saber mais detalhes pessoalmente, mas não teve tempo de ter essa última conversa com a amiga.
"Eu mandei um vídeo de uma das nossas viagens, superengraçado, e ela falava 'aí meu Deus, acho que nunca mais vou viajar, ela falava umas coisas bem tristes, porque fazia muito tempo que eles não saíam mesmo. Aí a gente foi conversando e ela falou que esse dia ela estava muito triste, ela tinha chorado muito, mas que depois ela me contava pessoalmente."
A professora de pilates Larissa Rodrigues morreu em Ribeirão Preto, SP, em março deste ano
Arquivo pessoal
Nesse contexto, a professora também havia descoberto recentemente que havia um rastreador no carro dela. Além disso, de tempos em tempos, era acompanhada pelo celular, afirma a empresária. "O rastreador do carro porque fez um barulho estranho no carro dela e ela foi atrás, foi ver onde estava esse barulhinho", diz.
Apesar disso, a empresária conta que a professora sempre exaltava o marido como um bom médico e até o indicava, inclusive para ela. "Ela era muito fã dele: 'ah, ele é um excelente médico'. Ela sempre levantava muito a bola dele."
A empresária também mencionou que, no tempo em que conviveu com o casal, sentia que a professora tinha um relacionamento superficial com a sogra. Talvez agora, mais próximo, depois da descoberta da traição elas se aproximaram, mas ela não eram tão próximas assim não."
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