Médico é preso com a mãe por suspeita de matar esposa envenenada em Ribeirão Preto, SP
06/05/2025
(Foto: Reprodução) Larissa Rodrigues, de 37 anos, foi encontrada morta no apartamento onde vivia com o marido, na zona Sul da cidade. Laudo apontou substância conhecida como chumbinho no organismo dela. A professora Larissa Rodrigues morreu em Ribeirão Preto, SP, em março deste ano
Arquivo pessoal
O médico Luiz Antonio Garnica, de 38 anos, foi preso temporariamente nesta terça-feira (6) em Ribeirão Preto (SP) por suspeita da morte da mulher dele, Larissa Rodrigues, em março deste ano. A mãe dele, Elizabete Arrabaça, também foi presa por suposto envolvimento no crime.
Segundo a Polícia Civil, o laudo toxicológico no corpo de Larissa apontou envenenamento pela substância conhecida popularmente como chumbinho.
"Ontem nós conseguimos encontrar uma testemunha que relatou que a sogra estava procurando o chumbinho para comprar, aproximadamente 15 dias antes da morte, então isso nos trouxe uma segurança de que ela, juntamente com o filho, matou Larissa", disse o delegado Fernando Bravo, chefe da investigação.
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A vítima tinha 37 anos, era professora e atuava em uma academia de Ribeirão Preto. Recentemente, Larissa havia descoberto uma relação extraconjugal do marido, segundo a investigação. A professora havia compartilhado com amigos a frustração pela traição.
De acordo com o delegado, o comportamento do médico no momento em que as autoridades chegaram ao apartamento onde a professora foi achada morta chamou a atenção da polícia.
"A participação dele ficou bem evidente para nós pela forma que ele encontrou a Larissa, ela já estava com rigidez cadavérica. E ele tentava limpar o apartamento como se fosse tentar desfazer as provas para a perícia técnica", disse Bravo.
O advogado Júlio Mossin, que defende o médico, disse que não teve acesso ao mandado de prisão, mas afirmou que Garnica é inocente.
Já o advogado Bruno Correa, que defende Elizabete Arrabaça, preferiu não se manifestar neste momento porque ainda não teve acesso ao inteiro teor da investigação..
Laudo toxicológico apontou chumbinho no organismo de professora morta em Ribeirão Preto
Morte em março
De acordo com o boletim de ocorrência, no dia 22 de março, Garnica relatou que chegou ao apartamento do casal no bairro Jardim Botânico, zona Sul da cidade, e estranhou o fato de a mulher não responder ao seu chamado. Ele disse que, depois de procurá-la por diferentes cômodos da casa, a encontrou no banheiro, caída e desfalecida.
Garnica também relatou que, por ser médico, pegou a esposa e a colocou na cama do casal para a realização de procedimentos de urgência, mas que não teve sucesso e chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
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A equipe acionada confirmou a morte da professora no local. O caso inicialmente foi registrado como morte suspeita.
Laudos foram solicitados ao Instituto Médico Legal (IML) e ao Instituto de Criminalística (IC) para apontar as circunstâncias da morte.
O médico Luiz Antonio Garnica foi preso por suspeita de envolvimento na morte da esposa em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
Envenenamento
O primeiro exame no corpo da professora foi inconclusivo e apontou que ela tinha lesões patológicas no pulmão e no coração, além de "cogumelo de espuma", termo médico que indica contato do ar com líquido do organismo e que pode ocorrer tanto em situações de morte natural e não natural.
Nesta terça-feira, a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão temporária contra o médico e a mãe dele após o laudo toxicológico apontar o chumbinho no organismo de Larissa.
De acordo com o delegado, a sogra foi a última pessoa a ver Larissa com vida na véspera da morte. A investigação também apontou que a mulher chegou a ligar para uma amiga perguntando sobre o chumbinho.
"Ela chegou a ligar para uma amiga que é fazendeira para saber se ela tinha essa substância na fazenda. Quando a amiga disse que não, ela pediu indicação de lugar para comprar, mas não foi fornecido ou indicado", afirma.
A polícia trabalha para descobrir como ela conseguiu a substância e a motivação do crime. De acordo com Bravo, há indícios de que Larissa tenha sido envenenada por dias.
"Há indícios de que foram administrados ao longo da semana, até porque a vítima chegou e relatou para amigos que toda vez que a sogra saía de casa ela passava mal, com diarreia. Ela teve alguns sintomas, que hoje a gente percebe, já estavam indicando o envenenamento", diz o delegado.
O médico Luiz Antonio Garnica e a esposa, a professora Larissa Rodrigues, que morreu envenenada em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
Relação extraconjugal
A amante de Luiz Antonio também é investigada no caso, e o celular dela foi apreendido pela Polícia Civil, assim como telefones do médico e da mãe dele.
De acordo com Bravo, na última semana, quando o mandado de busca e apreensão foi cumprido contra a mulher, ela foi localizada no apartamento onde o médico vivia com Larissa, o que causou surpresa aos policiais.
"Ele foi no dia anterior [ao crime] ao cinema com a amante, então isso daí há indicativos de que ele estava preparando uma álibi, então é essa leitura que a gente faz até o momento."
Mãe e filho devem passar por audiência de custódia nesta quarta-feira (7).
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